sábado, 19 de junho de 2010

Parabéns Chico!


Hoje dia 19 de junho, Chico Buarque completa 66 anos de idade!

Dono de uma voz aveludada e na minha humilde opinião, maravilhosa, Chico já compôs mais de 400 músicas, e lançou 4 livros: Estorvo, Benjamim, Budapeste e o mais recente Leite Derramado.
De todos os livros citados, li o Leite Derramado, Chico faz uma grande brincadeira de idas e vindas dentro da história, pensamentos confusos e alucinações do personagem principal, Eulálio d’ Assumpção.
É uma grande aventura ler este livro, pois exige atenção, caso contrário você perde todo o fio da meada, nunca tinha lido um livro assim.O que não me surpreendeu foi a história relatada no livro, não é nenhuma novidade, e por sinal me lembra um pouco São Bernardo do Graciliano Ramos e o clássico Dom Casmurro de Machado de Assis, é o típico amor bom que faz mal, mas que no final deixa a incógnita...Será que Matilde traiu Eulálio? Pra onde ela foi? Só lendo pra tentar descobrir...
Entre seus livros e composições musicais, prefiro suas composições musicais, que nos tempos da ditadura militar Chico conseguia expressar criticas nas entrelinhas de suas composições, burlando a forte censura existente daquela época.
Folhetim, Deus lhe pague, Gení e o Zepelim, Partido Alto, Uma menina e a fascinante e clássica Garota de Ipanema, são exemplos das mais maravilhosas letras que o grande Chico escreveu, vale a pena conhecê-lo!
Como já citado em uma de minhas postagens anteriores, sou apaixonada pela Maria Gadú, e entre suas belas canções, podemos ouvir a belíssima interpretação que ela dá a música do Chico, A história de Lily Braun. Isso é uma prova de que Chico Buarque é atemporal, sempre estará presente na história do Brasil e na vida dos brasileiros.

Como num romance
O homem de meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom

Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse xiiiis
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz

E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão foi desde então
Ficando full

Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguindo toda
Ao som do blues

Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris

E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê

Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar

Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz

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